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29
jul
11

Doação de vida

Doação de vida é um título forte na sua essência e até desgastado no seu uso… Mas o que vou falar aqui vai ao encontro da essência do título escolhido… Quantas vezes você doou sangue este ano? Você é doador de medula óssea? Quantas vezes você já falou para sua família que deseja doar seus órgãos? Pois, lamentavelmente o índice de respostas negativas será muito mais alto que o desejável.

É espantoso ver durante vários dias, durante vários anos, médicos e responsáveis por hospitais irem aos canais de comunicação para pedir doação de sangue… Você sabe qual é a dificuldade de doar sangue? Nem eu… Até liberação de um dia de trabalho por ano é oferecida pela CLT… Nossos bancos de sangue vivem como pedintes… Quando alguém vai se operar e precisa-se de sangue, os hospitais são obrigados a utilizarem-se da sensibilidade aflorada das famílias desses enfermos para recrutarem doadores. Ponha na balança o esforço que vocë tem para doar sangue e do outro lado, ponha a vida que você pode estar salvando… É incomparável! Não vamos esperar que alguém próximo do nosso convívio necessite de sangue para sermos doadores…

Agora imaginem o caso de alguém com uma doença quase incurável… Que passe por muitas dificuldades… E que tenha uma pequena chance de se curar, uma chance em 100 mil… Você já calculou o que você pode oferecer a esta pessoa? VIDA! Pois é, VIDA. Esse cenário é o dia-a-dia de muitas pessoas… Hoje, centenas de pessoas estão a procura de doadores de medula óssea… E como essas pessoas descobrem se tem um doador? Elas fazem um exame de sangue para descobrir os detalhes do seu tipo sanguíneo, daí procuram num banco de dados onde estão cadastrados os doadores, um doador compatível… Que poderia ser você, se você tivesse cadastrado nesse banco de dados, o REDOME… Os doadores são pessoas que fazem um exame de sangue e deixam disponível nesse banco de dados… Se um dia for encontrado um possível receptor de sua medula óssea, você é convidado a fazer exames adicionais e, se confirmada a compatibilidade, vocë e convidado a fazer a doação.

A doação de medula óssea não é nenhum sacrifício de outro mundo… A medula óssea é um líquido que fica dentro do osso, é retirada uma pequena quantidade através de um pequeno procedimento cirúrgico totalmente indolor. Depois disso, você pode ter a satisfação de ter salvado uma vida de um ser humano que talvez mais ninguém fosse capaz. Procure hoje mesmo o REDOME, se cadastre no banco de dados!

Mais uma sugestão pra você! Dessa vida nada levamos. Essa é uma frase muito popular e se acreditamos que ela é verdadeira, se nada de material levamos, por que então sermos enterrados com nosso dinheiro? Ou nosso ouro? Ninguém mais faz isso, desde o Egito, certo? Errado! Quando morremos levamos a maior riqueza que poderíamos deixar na Terra, VIDA! Isso mesmo, quando nossas famílias não optam pela doação de nossos órgãos, estamos deixando de proporcionar VIDA a outras pessoas. Fale com seus familiares, converse, quebre esse tabu e proporcione VIDA a outras pessoas quando você não mais estiver aqui, essa será sua maior herança!

Abaixo segue uma reportagem interessante sobre o assunto:

DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA: UM ATO DE AMOR AO PRÓXIMO*Extraído do Jornal Pretexto (Boletim do fundo de pensão do BNDES – FAPES), da edição nº87 de junho de 2011.

Mesmo com o avanço dos tratamentos médicos, os portadores de alguns tipos de leucemias e outras doenças do sangue têm grande dificuldade para a cura definitiva,o que implica encontrar um doador compatível de medula óssea. Esses pacientes sofrem com a alteração da produção de SAÚDE células sanguíneas normais gerada pela invasão da medula óssea pelas células doentes, causando transtornos variados como anemias, redução das defesas do organismo, infecções, dores na cabeça, nos ossos e articulações, que, caso não sejam tratadas, podem levar à morte.

Por conta da semelhança genética, a possibilidade de encontrar doador compatível é maior entre irmãos, podendo chegar a 25%. Na chamada família estendida – primos e outros parentes–, a chance de encontrar alguém totalmente compatível fica entre 7% e 10%. Porém, mais de 60% dos pacientes não possuem doadores na família e a solução para o transplante é fazer a busca entre a população cadastrada no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula – Redome.

Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde pode doar medula óssea. Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes de compatibilidade tecidual entre o doador e o paciente – o HLA. Em caso de compatibilidade com qualquer paciente cadastrado, o doador é chamado para exames complementares e, sendo confirmada a compatibilidade, o doador assinará um termo de autorização para realização do transplante.

A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.

Para esclarecer alguns mitos a respeito da doação de medula óssea, o chefe do Departamento Médico do BNDES – Renato Marandino concedeu uma entrevista ao jornal PRETEXTO:

PRETEXTO – O doador corre algum risco?

Dr Renato Marandino – Não corre risco algum. É um procedimento realizado há mais de 20 anos e nunca houve acidentes. Para que o doador não sinta incômodo, é realizada anestesia e o procedimento dura em torno de 60 minutos. O desconforto é de média intensidade e pode durar cerca de uma semana, semelhante a uma queda ou uma injeção oleosa, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e outras medidas simples. É importante destacar que não é uma cirurgia, ou seja, não há corte, nem pontos, por isso, não deixacicatriz.

PRETEXTO – Quais doenças podem ser tratadas com o transplante?

Dr Renato Marandino – Normalmente doenças que acometem a medula, tais como linfomas, mielomas e algumas leucemias. Existem ainda outras doenças próprias da medula, como imunodeficiência primária (aquelas crianças que não têm defesa e só sobrevivem em bolhas de proteção), doenças de outras linhagens celulares da própria medula ou falência de todas elas como a dita anemia aplástica, na qual a medula para de produzir células. Sem dúvida, há uma lista longa.

PRETEXTO – Quais os mitos mais comuns em relação à doação?

Dr Renato Marandino – Muitas pessoas têm a impressão de que a doação é personalizada, ou seja, direcionada apenas para a pessoa que está se esperando doar. Para a realização de um transplante, é necessário que a compatibilidade entre o doador e receptor seja 100%. A chance de encontrar uma medula compatível no registro brasileiro é, em média, de um para 100 mil pessoas. Portanto, quanto maior o número de representantes brasileiros cadastrados no banco, maiores serão as chances dos pacientes que aguardam seus doadores compatíveis. É muito comum, também, as pessoas confundirem medula óssea com medula espinhal e terem medo de ficar paralíticas, risco inexistente no procedimento. A medula óssea é um grupo de células primordiais que dão origem às células sanguíneas.

Eu mesmo já conheci uma pessoa vítima de leucemia que perdeu sua vida pela falta de um doador de medula óssea. Não permita que isso ocorra com mais ninguém, seja um doador de VIDA! Muito recentemente um amiga do trabalho descobriu que seu filhinho de menos de um ano tem uma doença raríssima e a única chance de cura seria através da doação de uma medula óssea compatível. Felizmente, ela encontrou um doador compatível e todos que acompanham essa história estão torcendo para que a doação seja um sucesso e posso dar a VIDA pela segunda vez a esse pequeno menino.

Reproduzo abaixo, o pedido dessa família. Prestem atenção porque essa mensagem continua válida para centenas de outras crianças e adultos:

O nosso filhinho Guilherme está precisando urgentemente de uma doação de medula e eu gostaria de pedir a ajuda de todos vocês para a realização de testes de compatibilidade e divulgação. O Gui tem apenas oito meses de idade e está internado em estado grave pela terceira vez. Aos três meses de idade ele teve uma doença rara, uma ostiomielite frontal conhecida como Tumor de Pott. Desde então ele teve duas pneumonias graves, que o fizeram passar por mais duas internações.Hoje (dia 05 de Maio de 2011), ele continua se recuperando na UTI do hospital, mas acabamos de descobrir que ele tem uma doença congênita que o torna imunodeficiente (Doença Granulomatosa Crônica ou DGC) – o que explica as doenças até o momento. Esta doença faz com que ele não reaja a bactérias e fungos e, consequentemente, o torna muito frágil a infecções. Como se trata de uma doença crônica, será necessário que ele tome diariamente diversos antibióticos e injeções, além de cuidados extras – o que não impedirá que ele tenha novas infecções e corra risco de vida.

A única alternativa de cura definitiva é o transplante de medula óssea. Para isso, o Gui precisa encontrar um doador 100% compatível com a sua medula. Esta doação é extremamente simples, não oferecendo nenhum risco de vida ao doador, que logo após a doação volta a sua vida normal (a medula é totalmente reconstituída em 3 dias). Desta forma, além das orações e torcida, peço encarecidamente que todos se cadastrem como possíveis doadores de medula óssea no instituto de hematologia de sua cidade (no caso do Rio, o HemoRio).

O doador deve ter entre 18 e 55 anos e a princípio não há restrições (tatuagem, por ex.) ou necessidade de qualquer preparação para o exame (jejum, por ex.). Serão colhidos 5ml de sangue para verificação da tipagem da medula e o doador fica cadastrado em um registro de doadores (REDOME), sendo chamado para a doação, se for compatível com o Gui. A dificuldade de encontrar um doador compatível é tão grande que não há sequer uma fila a espera de doações.

Quanto maior o banco, maiores as chances de encontrarmos a pessoa que poderá salvar a vida do Gui ou de qualquer outra pessoa na mesma situação (a chance de encontrarmos esta pessoa é de 1 para 100.000). Como o banco de dados é internacional, você pode fazer esse cadastramento em qualquer outro País que tenha institutos de hematologia cadastrados no REDOME (ver links abaixo).

Listas de hemocentros associados ao REDOME no Brasil:

http://www.doemedula.com/hemocentros

Bancos de doação internacionais associados ao REDOME:

http://www.bmdw.org/index.php?id=addresses_members&no_cache=1

No Rio, os exames podem ser realizados nos seguintes locais:

Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti – HEMORIO Seg a Sex de 8 às 12 Rua Frei Caneca, 8 – Centro – Rio de Janeiro Telefone: (21) 2509-1290 Instituto Nacional de Câncer – INCA Seg a Sex de 7h30 às 14h30, Sabados de 8 às 12 Praça da Cruz Vermelha, 23 – 2º andar – Centro – Rio de Janeiro Telefone: (21) 2506-6580

Se precisarem de maiores informações, acessem o link:

http://www.hemorio.rj.gov.br/Html/Doacao_medula_ossea.htm

Muito obrigado desde já pela ajuda de vocês no cadastramento e na divulgação. Abraços e beijos grandes e, novamente, muito obrigado!

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“Doação de vida” por
Gutemberg Motta é licenciado sob
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